Sou substantivo abstrato...

Sou solidão... Gosto do barulho que o silêncio faz quando estou só em minha companhia.

Sou carinho... Num olhar, num bilhete, num amar, num cuidar, num esquecer, num terminar.

Sou desejo... De vitória ganhada sem competir, de sucesso conseguido sem derrubar, de amor merecido por merecer.

Sou angustia... O coração aperta com o descaso, com o acaso, com o ocaso, com o “caso?”.

Sou saudade... Sinto falta dos amigos que partirão, dos amores que desaparecerão e das chuvas que virão.

Sou felicidade... Até fico triste por frações de segundo, por meia hora, por um dia inteiro... Mas felicidade nunca foi o oposto da tristeza.

Sou choro... As lágrimas brotam dos meus olhos com muita facilidade... Alguém disse que não são de alegria? Ninguém nem teria essa ousadia.

Sou amor... Amor de mãe, de irmã, de filha, de avó, de amiga, de mulher... Alguns desses amores ainda nem conheço pessoalmente, mas ainda vou me apresentar a eles.

Sou medo... Medo de não encontrar o homem certo; de não existir o homem certo; de pensar assim, amar o errado e deixar o certo passar; de não deixar o errado acertar ou o certo errar.

Sou amizade... Masculina ou novinha em folha, saudosa ou desinteressada, antiga ou com segundas intenções, feminina ou infinita.

Sou sucesso... Ainda almejo tanta coisa que sei que vou conquistar... Só não sei exatamente por onde começar.

Sou educação... Deixo passar, sei me desculpar, não gosto de cabuetar, aprendi quando falar, prefiro calar.

Sou alma... Alma de mulher, de menina, de saudade, de ternura, de cabelo liso, um metro e setenta, havaianas e simplicidade.

Sou paz... Pra paz no coração não tenho explicação!