Imagine uma multidão, seus pés fora do chão e um carro na contramão. Junte cada trocado, muita coisa de um bocado e pense bem misturado. Jogue tudo pra cima, faça um pouco de rima e pinte de laranja lima. Lembre de quando venceu e mexa com o que comeu. Aí talvez, mas só talvez, você saiba quem sou eu.
Pelo menos, às vezes. Ando um tanto desavisada e até desajeitada. Como se tivesse os pés e a cabeça no mesmo lugar, meio fora do ar. Mas, se prestar atenção, tenho algum brinquedo na mão. E isso é uma boa desculpa, ou não? Você também entenderia se ainda soubesse ser criança. Pelo menos, às vezes.
Ouso viver de novidades e me entrego aos mistérios do que não entendo – não preciso nem tentar entender o incompreensível, dedico-me à arte do desconhecido, entrego-me à confusão.
Às vezes, eu queria me mudar de mim, pra depois voltar com saudade daquilo que fui e ver que me gosto muito mais do que imaginava, mas isso é só às vezes, bem às vezes... E quem não sabe do que estou falando talvez não seja mulher ou não conheça a grandiosidade dos nossos frívolos sentimentos.