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Camila
Quero "todo o amor que houver nessa vida e algum trocado pra dar garantia e algum veneno anti monotonia".
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Entre achados e perdidos

Ela acordou cedo, escovou os dentes, tomou banho e se vestiu. Estava atrasada, se achando gorda e era um dia normal. E foi, até ela se perder completamente. Ela estava no elevador e se perdeu completamente naquele olhar. Que homem tem aquele olhar? Porque ele a olhou assim? Ninguém percebeu aquele olhar? Só ela? Se ela fosse uma daquelas modelos altas e anormalmente perfeitas, ela até poderia achar que ele olhou para ela, mas não. Não. Ele olhou através e parou em algum lugar entre o castanho dos olhos dela e as lembranças borradas pela miopia dos sentimentos de uma mulher que não precisa de médico de olhos, ou precisaria, se ele conseguisse ver alma.

Agora o homem fora embora e ela sabia que nunca mais o veria. Ou talvez ela o tenha simplesmente imaginado ou inventado para si mesma que precisa de alguém que tenha olhos e veja mais que roupas da moda, cabelos escovados, pele hidratada e olhos, para fazê-la pensar no que não estava vendo. Ela não sabia, mas sabia que estava perdida em algum lugar entre o vigésimo andar e o dia em que não casou. Porque ela não casou? Porque seu noivo não estava com ela? Ela não lembrava. Ela tentava encontrar uma resposta, mas não lembrava como ela havia saído do altar e aparecido naquele elevador cheio de gente e perguntas. Então ela lembrou. Lembrou que fugiu e não teve coragem de dizer sim. Hoje faria um ano que ela estaria casada, mas ela não disse nada e se foi.

As portas se abriram, era o térreo e ela tinha chegado ao seu destino. O elevador ficou vazio e ela ficou parada. Presa por muita culpa e muitas dúvidas, mas com uma única certeza, ela não gostava de se perder. E ela estava perdida sem ele. Nesse momento, ela não tinha forças pra procurar nem por ele e nem por respostas. Ela só tinha certeza que queria recuperar o tempo perdido e que havia perdido o único homem que havia se encontrado nela. Então ela saiu do elevador e andou, como quem sabe para onde está indo, mas ela não sabia para onde ir, ela só queria ir para ele. E foi. Como quem perde o medo e encontra a felicidade.


18 Finais Felizes:

Fada disse...

Vixi... de arrepiar, sabia??
De arrepiar de emoção e envolvimento.
Que coisa bela poder ler uma narrativa que pinga poesia a cada frase..
Amei, Camilinha, mesmo.

Grande beijo

Leandro Neres disse...

Ótima trilha, narrativa forte, começo a ter medo de ler tuas linhas, parece que vai ser sempre forte demais pra mim, mas é compensador, ver um conto de de fadas que não é um conto de fadas, mas relato de mulher madura, particular, mas também universal, mesmo sendo, quase sempre, numa perspectiva feminina, o homem se vê em suas linhas e entrelinhas... E você é conotativa, e que bom!
Bjos!
Leandro

Leandro Neres disse...

E HEy You é uma das minhas preferidas! =)

Amigao disse...

Talvez ela só precisasse voltar para ela.Para dentro de si.
Assim é a vida, buscamos saídas e encontros e soluções e basta um passo para encontrar a felicidade.Algo que esteja lá dentro entre os castanhos dos olhos mas que não enxergamos.
Um bom dia pra você!

Amigao disse...

Enfim, é uma históra de elevador, daquelas que a gente ouve o começo da história e tenta imaginar o final.

Babi Mello disse...

Camila que história linda, devemos mesmo que depois de erros, correr atrás e ir em busca da nossa felicidade, porque é ela só ela que importa.
Abraços!

Giuline Vitória Bastos D'Amato disse...

Já me senti perdida assim. Não foi no elevador, mas, em uma loja de telefonia. rs
Nunca mais o vi, e jamais o esqueci.
beijos

Pâmela disse...

E ela conseguiu ser feliz? Ainda dava tempo?
Linda história. =D
Beijo!

Caroline disse...

É bom mesmo quando nos perdemos e nos achamos em alguém...ou alguém se acha em nós...pq se perder de vez em quando é inevitável!

Bjos!

Denise Egito disse...

Essa moça abandonou o noivo no altar e se encanta por um homem que a olha no elevador? Ou não era homem, era a imaginação? Ou era a culpa? Eu sempre digo: o medo é um sentimento muito cruel. Bjs

Vinicius disse...

Sabe de uma coisa? As vezes a melhor escolha é aquela que não fazemos. Porque é no silêncio que estão as palavras mais bonitas.

Beijos

Éverton Vidal Azevedo disse...

Mais um conto de fadas do dia-a-dia.

Tem muita gente escrevendo nessa blogosfera. E sempre vale a pena ler um texto de alguém que faz com tanta dedicação e esmero as postagens de seu blog. Mas tem gente que parece estar num plano mais profundo. Quando escreve é arma química. Mexe com a gente. É um tiro, um estalo, água dura em pedra mole. Você é assim.

Letícia disse...

E muita vida acontece num caminho curto. Num elevador ou no sinal de trânsito. E eu ouvi Hey You por muito tempo. Acho que voltarei a ouvir.

Bjos.

Hannah Ramos disse...

Olá, estou passando para dar uma visitada no seu blog, adorei o texto e isso realmente é uma situação que já se passou na vida de muitas pessoas, nao somente no elevador, encaro o elevador como uma comparação ou substituição a outras formas de se passar por isso. Grande beijo, adorei seu blog.

Dulce Miller disse...

Não ter medo mesmo quando não se sabe onde ir...Acho que é esse o segredo e você sabe.

Beijão, minha querida sumida!

εїз ViViAn ★ Sbrussi /(",)\ disse...

Oiii lindinha!
tem um selinho pra vc lah no meu blog! é o troféu de amigo! espero q vc goste, bjinhoooo

Rodrigo B. disse...

Que lindo, amei! Bjs e ótimo carnaval!

Luna disse...

Um conto de fadas cabe num breve espaço de tempo.

Lindos textos.

Andarei sempre por aqui.

abraços!

 
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